DIANTE DE UM BEBÊ EM FÚRIA
O bebê busca os seios de sua mãe; é a natureza dele em ação. A mãe dispõe seu desejo e seus seios para alimentar o seu bebê; é a graça dela em ação. A cena, que podemos ver no recato da casa e no relento da rua, é um emblema da vida. Há a natureza (fome) e há a graça (alimento). Vivemos entre elas, como extremos e até como opostos. É da natureza da lei bater; a graça prefere apanhar. Competir para vencer é da natureza; é da natureza da graça ceder. São muitos os substantivos da natureza: justiça, vingança, competência, pressa. Não são poucos os substantivos da graça: perdão, irmandade, paz, serenidade. A natureza extingue os fracos, que a graça fortalece. A natureza estica; a graça afrouxa. A natureza se escreve com números e cifrões. A graça gosta de palavras e afetos. A natureza (se) impõe. A graça (se) oferece. A natureza chora. A graça ri. A natureza precisa do seu território para seguir eficientemente seu roteiro . A graça tem o seu compasso para facilitar a execução de sua música. No entanto, o leão (natureza) pode descansar no mesmo campo do cordeiro (graça). Na verdade, no colo da mãe a natureza (furiosa) e a graça (amiga) se encontram. É quem tem a força que cede. Sim, é a mãe que se inclina. E como a admiramos! Pr Israel Belo de Azevedo
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