Fiquei encantado com uma história de uma amiga. Ela não provocou o assunto, que surgiu naturalmente em função de um trabalho que fazemos juntos. Falávamos sobre a tendência de muitos em gritar e falar palavrões ao telefone. Então, ela me falou do seu trabalho. A maioria dos pessoas - usuária de um serviço público - já começa gritando e xingando. Os colegas de trabalho respondem no mesmo tom ou desligam o telefone. Ela ouve e procura resolver, mesmo que do outro lado, a voz esteja no máximo. Acontece todos os dias, como ocorreu recentemente. Uma senhora ligou e, antes dos cumprimentos de praxe, soltou sua catilena raivosa. Depois de algum tempo, minha amiga pôde lhe falar. Calmamente, prontificou-se a resolver o seu problema. Do outro lado, ouvia-se apenas o silêncio, depois o gaguejo e depois uma palavra mansa. O fim da história? A agressora pediu desculpas pelo telefone e, não satisfeita, foi expiar sua vergonha pessoalmente num encontro que insistiu em ter. Nos termos bíblicos, minha amiga pagou o mal com o bem. Por que achamos que temos que gritar com quem grita conosco? Não deve ser o outro que dita o tom de nossas palavras. O rancor que habita o coração do outro não precisa habitar o nosso. Se a grosseria do outro não for também a nossa, poderemos contribuir para que o grosseiro mude seu estilo de vida. Pr Israel
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