Pergunta um crítico: - Por que as religiões não ensinam a perguntar? Por que seguir ensinando que tudo está sabido, revelado e respondido? Gosto das perguntas. Gosto de responder a perguntas debruçado no interior da minha fé, fé cristã, fé que não nega a razão. Começo pelo primeiro questionamento. Falo pela fé cristã, na qual há os que não perguntam, consumindo acriticamente os ensinos que são ministrados, quando a recomendação da Bíblia é examinar tudo e só reter o que é bom. Desde Lutero é caro o princípio do exame livre das Escrituras Sagradas. Se elas são infalíveis, porque divinamente inspiradas, sua interpretação é absolutamente relativa. Somos convidados a perguntar. Dou um exemplo: deparamo-nos com a inolvidável história de Abraão. Deus, que abominava sacrifícios humanos, pede que ele sacrifique num monte o seu único descendente. Após uma longa caminhada e tendo chegado a hora de o cutelo esfacelar o corpo de Isaque, Deus suspende o sacrifício e mostra a Abraão o cordeiro a ser imolado. Por que? A narrativa bíblica não oferece sequer uma pista para a resposta. As perguntas ficam no ar. Cabe a cada um responder. É instigante ser cristão. Diante da pergunta dupla de um crítico ("Por que as religiões não ensinam a perguntar? Por que seguir ensinando que tudo está sabido, revelado e respondido?"), considero a segunda. Na fé cristã, tudo está sabido, revelado e respondido? Aquilo que precisamos saber de essencial está sabido, revelado e respondido na Bíblia. Precisamos saber que somos amados por Deus. Isto está revelado na Bíblia. A vida é curta demais para ficarmos sem saber que somos amados. Precisamos saber que o amor de Deus se demonstrou na vida-morte-ressurreição de Jesus Cristo. Isto é sabido por quem lê a Bíblia. A vida é curta demais para ficarmos tateando em busca de uma resposta transformadora como esta. Precisamos saber se a vida se esgota aqui ou prossegue pela eternidade. Isto está respondido na Bíblia. Afinal: este não é um assunto para se filosofar, mas para se ter convicção. Quanto ao resto, que venham as lentilhas. Pr Israel
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