Consta que William Carey (1761 - 1834), o criador do magnífico movimento missionário moderno cristão, escreveu: "Espere grandes coisas de Deus; faça grandes coisas para Deus". Lido de outra forma, o convite pode ser recebido assim: "Se você quer que Deus lhe faça grandes coisas, primeiro faça grandes coisas para ele, porque a retribuição virá". É a mesma ideia, bastante difundida ainda hoje, que a fé para ser fé precisa ser sacrificial. O sacrifício é a fé posta em ação. A vida de Carey corrige sua frase. Ele fez grandes coisas para Deus, mas as realizou motivado por amor, não para ser abençoado. A correção é necessária porque, citada assim, fora do contexto de uma vida extraordinária, pode nos levar para o círculo vicioso da ideologia do mérito. A ideologia do mérito torna Deus um servo dos homens, obrigando-o a abençoar os que se se esforçam. A ideologia do mérito afirma que recebemos o que merecemos. Ora, se recebemos o que merecemos, não fomos alvos da graça de Deus. Então, não oramos: "graças te damos, Senhor", mas damos vivas à nossa competência. Podemos ter nossas qualidades, mas devemos nos firmar na graça. É mais seguro. É mais verdadeiro. Pr Israel Belo
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