O Instituto da Segurança Social (ISS) receberá a identificação de mulheres que alegadamente foram “pressionadas a abortar” ou, noutros casos, “a assinar documentos autorizando a laqueação das trompas ou a colocação de implantes contraceptivos” para poderem sair das maternidades com os seus filhos. Esta é a promessa das dirigentes de três associações que foram convidadas pelo ISS a fornecer aqueles dados, depois de terem denunciado este tipo de situações de pressão, através do semanário Sol. “Parece que vocês, jornalistas, finalmente acordaram, e ainda bem. É desta vez que vamos contar tudo, que vamos pôr tudo na rua”, disse nesta quinta-feira (08/02) ao PÚBLICO Leonor Ribeiro e Castro, do grupo pró-vida Missão Mãos Erguidas. Há uma semana, em declarações ao Sol, Leonor Ribeiro e Castro disse conhecer “cada vez mais casos” de raparigas que são “pressionadas para abortar”. Ela sublinhou que tal se verifica “há muito tempo, pelo menos há três anos”, e que chegou a contar estes casos “a jornalistas, que não escreveram uma linha”... “O nosso papel é encontrar estas mulheres e ajudá-las. É dizer-lhes: ‘Pára, mãe, pára! Não mates o teu filho!” A activista diz estar a reunir dados sobre as mulheres que foram vítimas de pressões e adianta que vai divulgar, também, “os papéis que jovens que estão numa instituição particular apoiada em 30% pelo ISS tiveram de assinar, aceitando a laqueação das trompas ou a colocação de implantes contraceptivos, para poderem sair da maternidade com os filhos”. Escusou-se a adiantar qual a maternidade em causa, “por não ter a certeza de qual se trata”. Leonor diz admitir que os responsáveis máximos nacionais do ISS "não estejam “a par destas situações". Mas diz-se certa de que “este tipo de posição a favor do aborto ou de ameaça de retirada dos filhos, que chega a ser feita por empregadas de balcão do ISS, não sai da cabeça delas”. “Uma vez que qualquer recomendação em matéria de planeamento familiar não se enquadra, nem se deve enquadrar, na intervenção técnica ... em matéria de promoção e protecção dos direitos das crianças e jovens, após as notícias vindas a público, o Instituto solicitou a identificação sobre os casos em que eventualmente tenha ocorrido esse aconselhamento”. Público
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