O PODER DA TRADIÇÃO

Durante a minha infância, uma das regras em nossa casa era que não podíamos ir dormir com raiva. Todas as nossas brigas e divergências tinham que ser resolvidas. Essa regra era acompanhada do ritual da hora de dormir: mamã e papá diziam a mim e a meu mano: "Boa noite, amo-te." E respondíamos: "Boa noite, amo-te também." O valor dessa tradição familiar recentemente ficou marcado em mim. Minha mamã em uma cama de um lar morrendo de cancro de pulmão, foi ficando cada vez menos responsiva, mas todas as noites ao deixá-la eu dizia: "Amo-te, mamã." E ainda que não pudesse dizer quase nada, ela respondia: "Amo-te também." Durante a infância eu não tinha ideia da dádiva que essa tradição seria para mim tantos anos mais tarde. O tempo e a repetição podem privar nossas tradições de seus significados. Mas algumas delas são lembranças importantes de verdades espirituais vitais. Os cristãos do primeiro século fizeram mau uso da tradição da Ceia do Senhor, mas o apóstolo Paulo os aconselhou a não parar de celebrá-la. Ao contrário, ele lhes disse: "Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (1 Coríntios 11:26). Ao invés de desistir da tradição, talvez precisemos restaurar seu significado. Julie - Pão Diário